A história dos Telles de Menezes começa no Século XI, mais precisamente em Portugal, da família de fidalgos portugueses, de grande relevância na Corte, três membros se deslocaram para o Brasil no século XVI, incumbidos pela Coroa de participarem da resistência as invasões francesas no litoral brasileiro. Primeiramente, se instalaram na Bahia, onde tiveram papel de destaque em todo período colonial. Diogo Lobo Telles de Menezes, um dos três irmãos, veio para o Rio de Janeiro, tornando-se o precursor da família no Estado.
Foram os primeiros Menezes no Rio os responsáveis por inúmeras construções importantes da Colônia e do Império, como o juizado de Órfãos da antiga Capitania, o Arco dos Telles e a Casa do Senado, entre outras. A família crescia e se consolidava como uma das mais prestigiosas na Corte, em especial pelas figuras do Juiz Francisco Telles Barreto de Menezes, e Francisco Pinto da Fonseca Telles, também conhecido como Barão da Taquara, então proprietário das terras da Taquara, Pau da Fome e União Camorim na região que hoje é Jacarepaguá.
Por volta de 1700, a família já era proprietária de terras em toda Capitania, aparecendo como sesmeira na antiga freguesia de São João de Meriti, sob a liderança de Luiz Telles Barreto de Menezes. Seu filho Pedro Antônio já nasceu em terras meritienses, sendo mais tarde o responsável pela compra de uma grande área que viria a formar o Engenho do Barbosa, mais tarde Fazenda dos Telles. Essas terras formam hoje as localidades de Vilar dos Teles, Coelho da Rocha e parte do município de Duque de Caxias. Em 1864, toda a propriedade tinha 453 alqueires de terra, constituindo a propriedade do Comendador Pedro Antônio Telles Barreto de Menezes.
Brasão de Armas
Comendador Telles
O Comendador Pedro Antônio Telles Barreto de Menezes era filho de Luiz Telles Barreto de Menezes e de D. Maria Rita Felicidade da Gama e Freitas, neto paterno do Dr. Francisco Telles Barreto de Menezes, juiz de Órfãos, e de D. Francisca Joaquina de Oliveira Brito e por parte materna de Pedro Antônio da Gama e Freitas, e de D. Ana Maria Gurgel do Amaral.
Pedro Antônio Telles Barreto de Menezes era Cavaleiro da Ordem de Cristo, subdelegado e juiz de Paz da Freguesia de Meriti, proprietário na Corte e fazendeiro no município de Iguaçu. Foi condecorado com a Imperial Ordem da Rosa, no grau de Comendador e ocupou o cargo honorífico de Delegado de Capitania.
O direito ao uso do Brasão d'Armas lhe foi concedido em 27 de Abril de 1868, conforme consta do Registro no Cartório da Nobreza, livro VI, fls. 97 e o modelo das armas foi copiado da estrutura da pedra tumular do Doutor Antônio Telles Barreto de Menezes, no seu jazigo existe na Capela do Convento da ilha do Senhor Bom Jesus, sendo a seguinte, a sua descrição:
Brasão de Armas: Escudo Aquartelado: no primeiro quartel em campo de prata, um leão de púrpura rompante. No segundo, em campo verde, uma banda de góles acoticada de ouro, saindo das bocas de duas cabeças de serpes. No terceiro, em campo azul, cinco estrellas de ouro de seis pontas, em aspa. No quarto, de ouro, com seis lobos de goles, postos em duas palas; e no meio, um escudete, tendo em campo de oiro um anel encoberto. Timbre: uma meia donzella vestida de oiro, com um escudo nas mãos; e por diferença, uma brica de azul com lettra P de ouro. (Brasão passado em 27 de Abril de 1868. Reg. No Cartório da Nobreza, Liv. VI, fls.97).
Fazenda dos Telles
A obrigação da exploração do solo, como exigência para a posse das sesmarias, fez surgir à margem da Baia de Guanabara um pequeno povoado com o nome de "São João Baptista de Trairaponga" sob a prelazia do reverendo Antônio Marins Loureiro, criado em 10 de Fevereiro de 1647.
Elevado à categoria de freguesia, Trairaponga conheceu a opulência de seu solo. Baseado nas grandes propriedades e a produção do trabalho escravo, teve seu nome mudado em 1774 para São João Baptista do Miriti.
Lugar de passagem obrigatória para as tropas de mulas que se deslocavam para as regiões mineradoras graças ao leito raso do rio, Miriti teve na "Estrada de Minas" seu ponto de referência para os primeiros ocupantes da atual Avenida Getúlio de Moura, e a proximidade do Porto da Pavuna.
Com a cultura da cana-de-açúcar e lavouras de subsistência foram surgindo nesta região nada menos que nove engenhos cujos principais (baseando-se na produção e no número de escravos) eram: do Porto; N. Sra. Da Ajuda; Covanca; Pavuna; São Mateus; Bananal Gericinó e do Barbosa, este, motivo de nossa pequena exposição Histórica.
Construída no final do século XVIII, a sede desta fazenda constituía-se, segundo Afrânio Peixoto, do "mais importante solar da Baixada Fluminense". Resguardado por uma alameda de palmeiras imperiais do grande casarão de dois andares, era adornado em sua entrada com imponentes escadarias de pedra talhada, encimada por grandes portas laterais.
Segundo José Matoso Maia Forte, foi concedida ao Capitão Luiz Telles Barreto de Menezes, em 18 de Janeiro de 1821, uma "Data de Terra" no "Barbosa", já aparecendo na Segunda metade deste mesmo século como "Fazenda dos Telles" com engenho de propriedade do Comendador Pedro Antônio Telles Barreto de Menezes que se destacara como um dos grandes produtores de açúcar e aguardente da região.
Poucos foram os antigos casarões-sede destas fazendas que sobreviveram à chegada deste século. Entretanto com a morte do Comendador em 1882, divergiram os irmãos quanto ao destino do velho solar e resolveram deixá-lo em condomínio sob os cuidados do Primogênito Pedro Telles Barreto de Menezes.
Com o falecimento deste em 1919, o palacete ficou totalmente abandonado, sofrendo saques e depredações, até que, na metade deste século, entre loteamentos que retalhavam a velha fazenda, ainda se viam restos de ruínas e algumas palmeiras que resistiam à ação do tempo.
Foram os primeiros Menezes no Rio os responsáveis por inúmeras construções importantes da Colônia e do Império, como o juizado de Órfãos da antiga Capitania, o Arco dos Telles e a Casa do Senado, entre outras. A família crescia e se consolidava como uma das mais prestigiosas na Corte, em especial pelas figuras do Juiz Francisco Telles Barreto de Menezes, e Francisco Pinto da Fonseca Telles, também conhecido como Barão da Taquara, então proprietário das terras da Taquara, Pau da Fome e União Camorim na região que hoje é Jacarepaguá.
Por volta de 1700, a família já era proprietária de terras em toda Capitania, aparecendo como sesmeira na antiga freguesia de São João de Meriti, sob a liderança de Luiz Telles Barreto de Menezes. Seu filho Pedro Antônio já nasceu em terras meritienses, sendo mais tarde o responsável pela compra de uma grande área que viria a formar o Engenho do Barbosa, mais tarde Fazenda dos Telles. Essas terras formam hoje as localidades de Vilar dos Teles, Coelho da Rocha e parte do município de Duque de Caxias. Em 1864, toda a propriedade tinha 453 alqueires de terra, constituindo a propriedade do Comendador Pedro Antônio Telles Barreto de Menezes.
Brasão de Armas
Comendador Telles
O Comendador Pedro Antônio Telles Barreto de Menezes era filho de Luiz Telles Barreto de Menezes e de D. Maria Rita Felicidade da Gama e Freitas, neto paterno do Dr. Francisco Telles Barreto de Menezes, juiz de Órfãos, e de D. Francisca Joaquina de Oliveira Brito e por parte materna de Pedro Antônio da Gama e Freitas, e de D. Ana Maria Gurgel do Amaral.
Pedro Antônio Telles Barreto de Menezes era Cavaleiro da Ordem de Cristo, subdelegado e juiz de Paz da Freguesia de Meriti, proprietário na Corte e fazendeiro no município de Iguaçu. Foi condecorado com a Imperial Ordem da Rosa, no grau de Comendador e ocupou o cargo honorífico de Delegado de Capitania.
O direito ao uso do Brasão d'Armas lhe foi concedido em 27 de Abril de 1868, conforme consta do Registro no Cartório da Nobreza, livro VI, fls. 97 e o modelo das armas foi copiado da estrutura da pedra tumular do Doutor Antônio Telles Barreto de Menezes, no seu jazigo existe na Capela do Convento da ilha do Senhor Bom Jesus, sendo a seguinte, a sua descrição:
Brasão de Armas: Escudo Aquartelado: no primeiro quartel em campo de prata, um leão de púrpura rompante. No segundo, em campo verde, uma banda de góles acoticada de ouro, saindo das bocas de duas cabeças de serpes. No terceiro, em campo azul, cinco estrellas de ouro de seis pontas, em aspa. No quarto, de ouro, com seis lobos de goles, postos em duas palas; e no meio, um escudete, tendo em campo de oiro um anel encoberto. Timbre: uma meia donzella vestida de oiro, com um escudo nas mãos; e por diferença, uma brica de azul com lettra P de ouro. (Brasão passado em 27 de Abril de 1868. Reg. No Cartório da Nobreza, Liv. VI, fls.97).
Fazenda dos Telles
A obrigação da exploração do solo, como exigência para a posse das sesmarias, fez surgir à margem da Baia de Guanabara um pequeno povoado com o nome de "São João Baptista de Trairaponga" sob a prelazia do reverendo Antônio Marins Loureiro, criado em 10 de Fevereiro de 1647.
Elevado à categoria de freguesia, Trairaponga conheceu a opulência de seu solo. Baseado nas grandes propriedades e a produção do trabalho escravo, teve seu nome mudado em 1774 para São João Baptista do Miriti.
Lugar de passagem obrigatória para as tropas de mulas que se deslocavam para as regiões mineradoras graças ao leito raso do rio, Miriti teve na "Estrada de Minas" seu ponto de referência para os primeiros ocupantes da atual Avenida Getúlio de Moura, e a proximidade do Porto da Pavuna.
Com a cultura da cana-de-açúcar e lavouras de subsistência foram surgindo nesta região nada menos que nove engenhos cujos principais (baseando-se na produção e no número de escravos) eram: do Porto; N. Sra. Da Ajuda; Covanca; Pavuna; São Mateus; Bananal Gericinó e do Barbosa, este, motivo de nossa pequena exposição Histórica.
Construída no final do século XVIII, a sede desta fazenda constituía-se, segundo Afrânio Peixoto, do "mais importante solar da Baixada Fluminense". Resguardado por uma alameda de palmeiras imperiais do grande casarão de dois andares, era adornado em sua entrada com imponentes escadarias de pedra talhada, encimada por grandes portas laterais.
Segundo José Matoso Maia Forte, foi concedida ao Capitão Luiz Telles Barreto de Menezes, em 18 de Janeiro de 1821, uma "Data de Terra" no "Barbosa", já aparecendo na Segunda metade deste mesmo século como "Fazenda dos Telles" com engenho de propriedade do Comendador Pedro Antônio Telles Barreto de Menezes que se destacara como um dos grandes produtores de açúcar e aguardente da região.
Poucos foram os antigos casarões-sede destas fazendas que sobreviveram à chegada deste século. Entretanto com a morte do Comendador em 1882, divergiram os irmãos quanto ao destino do velho solar e resolveram deixá-lo em condomínio sob os cuidados do Primogênito Pedro Telles Barreto de Menezes.
Com o falecimento deste em 1919, o palacete ficou totalmente abandonado, sofrendo saques e depredações, até que, na metade deste século, entre loteamentos que retalhavam a velha fazenda, ainda se viam restos de ruínas e algumas palmeiras que resistiam à ação do tempo.
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Gênesis Tôrres
Professor de História, Pesquisador e membro do IPAHB
Bibliografia: http://www.ipahb.com.br/generali.php, acessado em 11/05/2010